Menino de dois anos pode auxiliar investigação que apura morte da mãe

Vítima foi morta na frente do filho de dois anos de idade

Uma criança de dois anos foi testemunha ocular do assassinato da própria mãe, a doméstica Laysse da Silva Carvalho, 29 anos. Segundo a delegada Luana Alves, titular do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o menino será ouvido em uma escuta qualificada com psicológos e pode repassar informações que auxiliem na investigação.

“Na verdade não é um depoimento, mas uma escuta qualificada feita com um psicológo da polícia que vai conversar com a criança e ver se ele consegue transmitir alguma informação do dia do crime. Essa escuta será feita de forma a poupar a criança, de forma a evitar ainda mais traumas”, disse a delegada.

Familiares contam que, após o crime, o menino chegou a dizer: “a mamãe brigou com um homem com faca”. Laysse Carvalho foi encontrada com uma perfuração na garganta por volta de 7h, da última sexta-feira (20). O filho foi achado ensanguentado ao lado do corpo da mãe, provavelmente, ao tentar abraçá-la. O crime ocorreu na cidade de Nazária, região da Grande Teresina.

Foto: Roberta Aline/ Cidadeverde.com

Luana Alves, titular do Núcleo de Feminicídio do DHPP

A delegada conta que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) não constatou violência sexual. A última vez que a vítima se comunicou por meio do celular foi por volta das 21h15, da quinta-feira (20), quando enviou mensagem a uma prima.

“São duas linhas de investigação: latrocínio e feminicídio. Não podemos descartar nenhuma ainda”, reitera Luana Alves.

 

SUSPEITO 

Cerca de 4 hora após o encontro do corpo, o celular da vítima foi encontrado com um rapaz que informou que havia comprado o aparelho por R$ 350 e indicou dois nomes. O suspeito foi conduzido à Central de Flagrantes de Teresina e depois liberado.

“Naquele momento, só existiam elementos que caracterizavam o crime de receptação. Ele foi indiciado e liberado em audiência de custódia mediante uso de tornozeleira”, explica a delegada.

Luana Alves conta que não está descartada a participação desse suspeito.

“Em diligências, conversamos com as duas pessoas que ele indicou, que disseram que não venderam o aparelho e nem venderiam porque ele não tem uma conduta muito correta. Familiares dele também disseram que ele não trabalha e estranharam a história de que ele  havia comprado o celular por R$ 350 e já tinha dado R$ 150. Além disso, ele tem arranhões no braço e testemunhas contaram que também notaram a presença dele próximo à casa da vítima”, disse a titular do Núcleo de Feminicídio.

Na casa da vítima não havia sinais de arrombamento. A porta estaria com defeito e facilmente seria aberta.

O caso segue investigado pelo  Núcleo de Feminicídio do DHPP. Denúncias anônimas podem ser repassadas pelo 181.

Graciane Sousa
gracianesousa@cidadeverde.com

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