“Somente Deus pode tirar a vida dele”, diz mãe que luta para não desligarem os aparelhos médicos

Uma mãe cristã pentecostal está lutando para que seu bebê de 11 meses de idade seja autorizado a continuar o tratamento intensivo, declarando que Deus deveria decidir quando ele morre, não os médicos, que declararam que o menino está com um dano irrecuperável no cérebro.

“Eu sou uma cristã pentecostal”, disse a mãe Takesha Thomas, em um julgamento na Suprema Corte do Reino Unido. “Para mim, não acho correto dizer quem deve viver ou quem deve morrer. Se Deus quer levar a pessoa, ela irá”, acrescentou.

Segundo a imprensa britânica, os médicos do Hospital do King’s College, em Londres, dizem que o bebê Isaiah Haastrup além de ter danificado o cérebro por privação de oxigênio, no nascimento, também não pode se mover ou respirar sem assistência e não apresenta respostas ao tratamento.

Os médicos acreditam que ele deve ser retirado do suporte de vida, pois não há esperança para qualquer recuperação, embora a mãe Takesha insista em dizer que ele mostra reações limitadas, como abrir os olhos lentamente quando lê para ele, abraça-o ou na hora do banho. “Quando eu chamo seu nome, falo: ‘Isaiah, é mãe’, e ele também responde abrindo os olhos”, diz ela.

Takesha e o pai do menino, Lanre Haastrup, estão pedindo permissão à Justiça para levar Isaiah para casa, onde ele vai precisar de cuidados intensivos por 24 horas. A mãe argumentou que, apesar do que os médicos estão dizendo, com bastante amor e cuidado ainda há esperança para seu filho.

“Eu não sei como eles chegaram a essa conclusão. Eu vejo apenas uma criança que está doente. Ele precisa de amor. Ele precisa de cuidados e eu posso dar isso. Os médicos dizem que a situação dele é tão precária que não vale a pena viver, mas isso não está certo. Essa decisão não é deles, é de Deus”, argumenta.

Ela disse que os médicos apenas avaliaram Isaiah por curtos períodos de tempo, mas ela ver de perto, no dia-a-dia, que ele não é tão insensível quanto eles afirmam. “Quanto mais eu digo a eles que eu vi Isaiah abrindo os olhos, eles vão dizer que não é bem assim. Eles estão tentando dizer que estou errada”, continua.

Todavia, testemunhas médicas especializadas dizem que muitas vezes há uma incompatibilidade entre o que os pais percebem e o que os cuidadores observam. Os médicos dizem que os movimentos nem sempre significam uma resposta intencional, e na verdade o movimento da mandíbula e a reação muscular podem ser causados por distonia severa.

A situação de Takesha é semelhante a de outros casos de pais que lutam por seus filhos para poderem continuar o tratamento, como Charlie Gard , de 11 meses. Os pais, Coonie Yates e Chris Gard, desafiaram o Hospital Great Ormond Street, de Londres, da decisão de parar o tratamento para Charlie, que tinha uma condição genética extremamente rara e que causava dano cerebral progressivo e fraqueza muscular.

Eles pediram à Justiça para ser autorizados a levar Charlie para tratamento experimental nos Estados Unidos, mas não tiveram sucesso em seu pedido. O caso, que provocou muitas semanas de debate apaixonado, e atraiu comentários de líderes mundiais como o presidente dos EUA, Donald Trump, e o Papa Francisco, em apoio aos pais, terminou no final de julho, quando Charlie morreu.

Thomas Evans e Kate James são outros dois pais britânicos, desta vez lutando contra o Hospital Alder Hey Children’s, em Liverpool. Eles querem que o filho de 18 meses, que sofre de uma condição misteriosa do cérebro, continue recebendo o suporte vital. O hospital disse que o bebê Alfie Evans está em coma, sofrendo convulsões regulares e não tem esperança de recuperação.

Os pais insistiram em dezembro que seu filho já desafiou as expectativas em várias ocasiões, quando ele recebeu apenas horas para viver, mas continua lutando pela vida.

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