Jô Soares diz não querer voltar a apresentar talk show e esclarece troca da Globo pelo SBT nos anos 80

O apresentador Jô Soares, 80 anos, fora da TV desde que a Globo tirou do ar o Programa do Jô, em dezembro de 2016, diz que não quer voltar a comandar um talk show e explica a troca da Globo pelo SBT nos anos 1980.

Em edição emocionante do Programa do Porchar, Jô Soares comove o apresentador Fábio Porchat, que, logo em seu texto de abertura, chora ao lembrar, por exemplo, da oportunidade que o humorista deu a ele na atração que comandava em outra emissora. Na ocasião, Jô permitiu que Porchat fizesse um número de comédia no palco. “Foi quando começou a minha vida, não só a minha carreira”, afirma Porchat.

Ao longo da entrevista, que será exibida em duas partes, hoje (18), e amanhã (19), a partir das 23h45, Jô Soares não foge de nenhum assunto. Sobre o afastamento da televisão – desde dezembro de 2016, ele não comanda sua atração na Globo -, ele afirma que não tem muita vontade de voltar a apresentar um talk show. “Sinto que cumpri uma meta. Foram 15 mil entrevistas”, relembra Jô, que ainda confessa que nunca ficou nervoso ao entrevistar qualquer personalidade.

O humorista também conta como foi sua transferência da Globo para o SBT, no fim dos anos 1980. À época, ele era um sucesso popular na Globo, mas queria um espaço na programação para comandar um talk show. “A questão [para a troca de emissora] não foi dinheiro”, esclarece Jô, que ainda comenta as tentativas, todas frustradas, de entrevistar Silvio Santos. “Ele contou uma história de que uma cigana teria dito que, se ele desse uma entrevista, morreria no dia seguinte.”

Jô também tece comentários sobre política e lamenta as críticas que recebeu após entrevistar a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2015. Ele foi acusado de ser petista, e críticos do Partido dos Trabalhadores chegaram a escrever na porta de sua casa: “Morra Jô Soares”. “Mas aí eu resolvi não concordar”, diverte-se. O artista também fala sobre o ex-presidente Lula. “Eu acho que o artista tem que ser anarquista, não pode ter filiação política nenhuma. Tem que estar pronto para criticar todas.”

Assuntos relacionados à ditadura militar, à censura, ao teatro – Jô Soares voltará aos palcos, como ator, em espetáculo que estreia neste primeiro semestre -, e às críticas também estarão na pauta da entrevista.

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