Bolsonaro não se compromete com lista tríplice para indicar PGR

Omandato da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, à frente do Ministério Público Federal (MPF), termina em setembro de 2019. Até lá, o país já estará sendo governado pelo novo presidente e, segundo contam fontes do Judiciário, o assunto já preocupa integrantes do órgão.

Ela pode, ou não, ser reconduzida ao cargo, mas alguns temem que Jair Bolsonaro, se eleito, indique outro nome. A equipe do presidenciável disse, no entanto, que o assunto sequer chegou ao radar dele, mas que pelo trabalho desenvolvido por Dodge, até o momento, é possível que ela permaneça.

Sobre o assunto Ministério Público, Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira (16), que não pretende nomear ninguém do Ministério Público Militar, conforme havia sido ventilado. “Eu quero alguém no MP, caso eu seja presidente – obviamente, não vai ser do Ministério Público Militar, como tem sido dito por aí –, mas que tenha realmente uma visão macro e que respeite também a Constituição e os parlamentares que têm imunidade por suas opiniões, palavras e votos”.

O critério, segundo ele, será a isenção. “O critério é a isenção. É alguém que esteja livre do viés ideológico de esquerda, que não tenha feito carreira em cima disso. Que não seja um ativista no passado por certas questões nacionais”, pontuou.

Ao ser questionado se haveria, de fato, isenção, já que prefere alguém à direita, ele justificou-se. “Pode ser que eu tenha me expressado mal. Não queremos à esquerda. Que seja ao centro. Não quero alguém do MP subordinado a mim, como tiveram no passado a figura do engavetador geral da União, mas alguém que pense grande, que pense no seu país. O MP é muito importante, agora se tiver um ativismo… Nós não podemos correr o risco de alguém que atrapalhe a nação”, disse.

Por isso, explicou o candidato, não vai se comprometer a escolher o futuro procurador-geral da República a partir de uma lista tríplice. A tradição de formação da lista tríplice iniciou-se em 2001. Trata-se de um processo que atende ao clamor dos procuradores da República de indicar aquele que acreditam ser o mais preparado para gerir a instituição. Podem se candidatar ao cargo membros de carreira do Ministério Público Federal em atividade e maiores de 35 anos.

Já ao mencionar as 10 medidas de combate à corrupção elaboradas pelo Ministério Público, ele as defendeu, mas salientou que o mais importante é agir pelo exemplo, admitindo que vai ser dificil aprová-las.

“Qualquer coisa é difícil. As 10 medidas que atingem diretamente os parlamentares. Tem muito parlamentar aí que, quando se abrir, suspender o sigilo das delações, vão estar envolvidos e eles, naturalmente, trabalham contra isso. Se bem que tivemos uma excelente renovação em Brasília, talvez possamos aproveitar essa garotada, esse pessoal mais novo que está chegando lá, e aprovar o máximo possível das 10 medidas de combate à corrupção”.

 

 

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