Cenário em definição – Sílvio Cunha

 

Portal NOCA

Nas últimas edições da coluna, qualquer tipo de abordagem a respeito das próximas eleições caxienses foi assunto propositadamente deixado em banho maria, porque o tema, até então, ainda não apresentara novos ingredientes capazes de estimular a mente de quem gosta de analisar esse espectro do comportamento da nossa sociedade. Sem outra novidade para superar o fato de que a única candidatura estabelecida ainda é a do prefeito Fábio Gentil (PRB), pleiteando reeleição em 2020, o redator havia dado um tempo, como se diz popularmente, antes de novamente voltar a abordar a questão.

No cenário atual, pesquisas recentes revelam a liderança do prefeito diante da maioria de eventuais pretendentes ao cargo do Poder Executivo, mas deixam claro também que se a deputada estadual Cleide Coutinho (PDT) quiser disputar a eleição, talvez seja a única postulante capaz de ameaçar a corrida em que Gentil se lança para se manter no cargo.

Na semana retrassada, porém, eis que o nome do ainda juiz Antonio Manoel Araújo Velozo voltou à baila nos bastidores da política caxiense. O magistrado aceitou entrevista com o comunicador Ricardo Marques, na TV Sinal Verde, e, para surpresa de todos, revelou que tem intenção mesmo de deixar a magistratura por aposentadoria e ingressar de malas e cuias na seara política local. Não foi categórico em confirmar se disputará a prefeitura em carreira solo, mas revelou que não vê problema algum em participar como coadjuvante na condição de vice e que tem simpatia e comunga com as ideias de uma agremiação política, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), de viés centro-esquerdista.

Quem priva da amizade com juiz sabe muito bem que o seu pensamento converge para o exército de defensores do socialismo, e que é um admirador do saudoso ex-governador e caudilho Leonel de Moura Brizola, um político que fez uma notável carreira, primeiro no Rio Grande do Sul, sua terra natal, onde foi correligionário e cunhado do ex-presidente João Goulart, deposto pelo regime de 1964. Por último, como governador do Rio de Janeiro, onde se notabilizou através da criação e funcionamento dos CIEPS, deixando um modelo de se fazer educação pública em complexos construídos a outros fins de utilidade pelas comunidades, como foi o caso do Sambódromo da avenida Sapucaí, na capital fluminense.

Durante a semana, fontes dos bastidores da política caxiense confirmaram que já houve encontro entre a deputada e o magistrado, e que a conversa dos dois caminha para que marchem juntos na disputa da prefeitura em 2020. E assim, o prefeito Fábio Gentil, com a campanha praticamente na rua, com certeza começará a se preocupar, posto que o grupo que aposta em Cleide Coutinho já está trabalhando a arregimentação de partidos, como o Cidadania, o Solidariedade, o PSB e o PDT para, juntos, alimentarem e sustentarem sua candidatura. Ainda que Dra. Cleide desconverse, veículos de seus correligionários já ostentam o sugestivo slogan “ÉELA!”, numa demonstração de que a coisa é mesmo para valer.

É óbvio que o prefeito tem a seu favor a caneta, os cofres da viúva, assim como o controle de toda a máquina administrativa. Sai na frente com vantagem. De 1º a 3 de agosto, por exemplo, irá entregar 13 obras para a comunidade. Percebe-se que o seu foco é agradar ao máximo o eleitorado. Mas essas ações, em face da crise econômica presente no país, profundamente refratária a investimentos inclusive da parte do Governo Federal, vem deixando de semblante carrancudo todos que se alinham na condição de fornecedores e prestadores de serviço da prefeitura.

Corre à boca pequena que tem comerciante cujo pagamento em atraso já alcançou até oito meses, outros que estão recebendo suas faturas de modo parcelado em 15 vezes. É uma situação que, convenhamos, está fazendo o empresariado a usar calmantes para controlar o estresse que se evidencia diante a dificuldade de repor seus estoques e mesmo pagar os funcionários em dia. Acrescente-se a isto o fato de saber que o tesouro municipal está usando recursos preciosos para o pagamento de shows de elevado custo, além de muitas compras realizadas fora da praça de Caxias, e o leitor poderá avaliar em que nível está a humor dos comerciantes locais, figuras muito importantes e às vezes decisivas em qualquer processo eleitoral.

Todos gritam que o dinheiro não está circulando na cidade; que as vendas estão muito ruins; e tudo por causa das decisões do prefeito. Por toda a zona rural, com cerca de 800 povoados, a insatisfação também é grande, por causa da falta de investimentos que animem os produtores.

Portanto, se for para enfrentar candidaturas geradas no PSL, PT ou PSOL, agremiações que já fazem alguma movimentação nesse sentido, Fábio Gentil pode tranquilamente dizer que vai para as urnas reeleito. Mas a coisa não é bem assim se a concorrência vier com a deputada Cleide Coutinho, nome capaz de aglutinar em torno de si os mais variados segmentos da comunidade inclusive o empresariado descontente.

5º Encontro da Velha Guarda Caxiense – 25 a 28 de Julho de 2019

Desde a última quarta-feira, Caxias está repleta de visitantes, inclusive há dificuldade para encontrar-se vaga na rede hoteleira da cidade. A dificuldade dá-se em razão de estar acontecendo o 5º Encontro da Velha Guarda Caxiense, evento que se realiza de dois em dois anos  e reúne caxienses oriundos de diversos pontos do Brasil. O ponto alto da festa será o grande baile no Caxias Shopping, noite de sábado, 27, com a banda do vocalista Almir, que pertenceu ao conjunto musical The Feevers. Na noite de quarta, tendo como palco a Churrascaria Muralha, foi comemorado o aniversário de Eunice Soares, cofundadora da associação.

Comemoração do aniversário de Eunice Soares.

 

Eunice recebeu os amigos Ximenes, Acelino, Luís Carlos Torres e Helvécio Neto (Seu Chica)

 

Velhos amigos se reencontram no Morro do Alecrim. No flagrante, Cafinfa, Catule e Zé Iran Vanderlei.

Às 17h de sexta-feira (26), na sede do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC), na antiga Estação Ferroviária, houve a palestra “A importância de Caxias no cenário nacional”, como parte da programação do 5º Encontro da Velha Guarda Caxiense,

Pela primeira vez, a Associação da Velha Guarda Caxiense (AVGC),  incluiu uma palestra em sua vasta programação. A vice-presidente da AVGC, Ludce Machado, que, juntamente com Eunice Soares, é cofundadora da Velha Guarda, apresentou a ideia e o tema da palestra e a entidade, liderada por Maria da Glória Mousinho Souza, aprovou esse novo momento histórico-cultural na programação do 5º Encontro.

Amigas revivem momentos inesquecíveis na praça Gonçalves Dias. Em primeiro plano, Aldenir, Virgínia e Bernadete.

Para ministrar a palestra a Velha Guarda convidou o jornalista e pesquisador caxiense Edmilson Sanches, que é autor de dezenas de livros nas áreas de Administração, Comunicação, Desenvolvimento, Literatura e História, entre os quais obras sobre Caxias.

Escritor Edmilson Sanches

A ideia por trás da palestra foi apresentar caxienses que, sobretudo nos séculos 19 e 20, foram autores de contribuições, iniciadores de movimentos, pioneiros na realização de atividades até então inexistentes no País. Segundo Sanches, “a contribuição, grande e positiva, de caxienses para a formação, fixação e ampliação da Identidade Brasileira é tão relevante que causa estranheza o fato de a imensa maioria desses caxienses ou de suas contribuições ao Brasil ainda serem desconhecidas ou não terem sido adequadamente apropriadas e corretamente exploradas até mesmo como poderoso item de desenvolvimento, naquilo que se convencionou chamar de Economia da Cultura”. Para Sanches, “o passado de Caxias é o presente de mais futuro; basta saber como trabalhar esse legado de talento, de esforço, de realizações e de honestidade de propósitos deixado por nossos conterrâneos de dois séculos atrás”.

Antes da palestra, Edmilson Sanches fez o lançamento de seu mais novo livro, a edição revista, atualizada e sensivelmente aumentada de sua obra “Do incontido orgulho de ser caxiense”, que terminou de ser impressa nessa quinta-feira, pela Estampa Editora, de Imperatriz. O livro, agora ricamente ilustrado e totalmente em cores, sai em formato grande, de 21 cm X 29,5 cm, costurado, com mais de 150 páginas em papel pólen. Um esforço especial foi feito pela Editora e por Sanches nos últimos dias, a fim de que o livro pudesse ser lançado nesta sexta-feira.

Reencontro ao som do trio elétrico. Da esquerda para direita: Celeste, Dominique, Ester, Teca, Rosário, Virgínia e Mercedes.

O lançamento de “Do incontido orgulho de ser caxiense” realizou-se em conjunto com o lançamento do livro infantil “A fadinha que queria cantar fado”, da escritora caxiense Edna Salazar, residente em Brasília. Os dois autores caxienses autografarão seus livros a partir das 16h30. Também haverá exposição de objetos caxienses antigos, coordenada pelo arquiteto Ezíquio Barros Neto, membro do Instituto Histórico e da Academia Caxiense de Letras.

Wilton Lobo, Valter Trindade e Raimundo Nonato Maranhão (Cajú).

Cerca de 50 exemplares do livro de Edmilson Sanches foram disponibilizados no lançamento. O livro reproduz na capa as cinco cores da bandeira de Caxias. O autor pretende fazer novos lançamentos, ainda em data a ser marcada, nas entidades caxienses de que é membro, entre elas a Academia Caxiense de Letras e a Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão (Asleama).

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