Antiga ponte de madeira – Eziquio Barros

A antiga ponte de madeira


Porto de Caxias e a 2º Ponte em 1901.

No início da ocupação do então arraial de São José das Aldeias Altas no início do século XVIII a vida se dividia entre a área de comerciantes e fazendeiros (lado direito do Itapecuru) e a Trizidela dos índios e a educação dos padres jesuítas (no lado esquerdo do rio). A travessia diária se dava por botes e canoas. Até que por volta de 1826 veio a construção da primeira ponte de madeira ligando as duas partes da já Vila de Caxias das Aldeias Altas, porem para infelicidade dos moradores, um dia antes da inauguração em 1830 ela desabou devido a uma forte enchente.

A Lei Provincial nº20 de 03 de junho de 1836 autorizou a Câmara Municipal de Caxias a construir, com recursos de sua renda, uma nova ponte para substituir a travessia para a Trizidela por barcos. Mas até o ano de 1868 nada tinha sido feito.

Em 1864, foi organizado em Caxias uma companhia chamada Utilidade Pública Caxiense, com a finalidade de construir a ponte sobre o Itapecuru. A Assembleia Provincial pela Lei nº 699 (até 1868), autorizou o governo a contratar qualquer companhia ou particular, para a construção da ponte de madeira, ferro ou pedra. Ninguém se interessou para levar o projeto adiante.

Quando Francisco Dias Carneiro fixou residência em Caxias e com ele o idealismo em progredir junto com a cidade, fundou com vários sócios a empresa Prosperidade Caxiense. Dessa empreitada veio finalmente a segunda ponte sobre o Rio Itapecuru (a primeira de fato). O contrato para a construção fora celebrado em 23 de outubro de 1880. A ponte construída pelo engenheiro americano Hiran William Mappes Junior, sendo toda em aroeira, madeira de lei, com 128 metros de extensão e 04 metros de largura. O local escolhido era o largo do antigo porto que tanto gerava a riqueza de Caxias. Foi inaugurada no dia 07 de setembro de 1884 com uma grande festa que lotou a ponte de uma extremidade a outra. Por décadas a ponte serviu ao povo caxiense até que no dia 1º de abril de 1924 desabou.

A terceira ponte passou a ser construída no dia 23 de abril de 1928 pelo engenheiro Eurico de Macedo, com contrato feito pelo empresário José Fernandes Bastos, aproveitando parte da estrutura da anterior, porém com 04,50 metros de largura. Por tê-la construído e ter o direito de explorar seu trafego a ponte ficou conhecida como “Ponte Zé Fernandes”. Inaugurada em 1929, era cobrada um valor por cada travessia de pedestres, transporte de animais e veículos. A ponte também servia para canalização da água potável e leva-la a população e a Fábrica Têxtil. Ela teve o mesmo destino que as anteriores: levada pelas águas do Itapecuru.

Uma quarta ponte foi construída pelo governador João Castelo, inaugurada em 12 de setembro de 1981. Sua travessia era gratuita e a ponte iluminada em toda sua extensão. Essa última “ponte de madeira” desabou devido a uma forte chuva no dia 24 de abril de 1995. Essa queda já era esperada pela população devido a sua péssima preservação onde a anos carros foram proibidos de circular por ela.

Em 1996 a área do antigo Porto do Bispo fora aterrada dando lugar a avenida Beira Rio, ligando a rua Conselheiro Sinval (atual Anísio Vieira Chaves) até a rua Porto das Pedras. Ali construído a segunda ponte de concreto que ligaria de vez a Trizidela/Ponte ao centro de Caxias.

Será se um dia a ponte de madeira voltará a ser construída em Caxias? Mesmo sem a necessidade de usa-la para fins de distribuição do trafego, apenas para passeio de pedestres e ponto de turismo? Imagine que belo cartão postal seria esse.

Quem sabe um dia ela voltará.

A 3º ponte conhecida como ‘Zé Fernandes’ em 1930.

 

A última ponte construída pelo Governador João Castelo na década de 1980.

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