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VAR: o que significa, como funciona e regras de aplicação

VAR: o que significa, como funciona e regras de aplicação

O futebol fica mais justo ou perde em emoção? Desde que foi criado, o VAR é alvo de muita polêmica.

Há quem defenda que o árbitro de vídeo é a melhor forma de diminuir os erros de arbitragem, mas alguns mais conservadores entendem que há perda de dinâmica no jogo.

Certo é que o VAR veio para ficar. Se você ainda tem dúvidas sobre quando ele deve ser usado e como deve ser aplicado, não se preocupe. Nós vamos te ajudar!

Fique com a gente e acabe com todas as dúvidas sobre o VAR!

Infográfico: como funciona o VAR

Infográfico como funciona o VAR

O que é e o que significa a sigla VAR

A sigla VAR significa Video Assistant Referee, ou Árbitro Assistente de Vídeo, na tradução para português. Sua função é analisar imagens de vídeo para ajudar o árbitro principal de uma partida de futebol a tomar a melhor decisão em lances duvidosos, como pênaltis ou impedimentos.

Para que o árbitro de vídeo possa auxiliar o árbitro central, é utilizado um sistema eletrônico que permite que eles se comuniquem durante a partida e discutam qual a interpretação correta para os lances que ocorrem durante o jogo de futebol.

var árbitro de vídeo

Como e quando surgiu o VAR

O recurso de árbitro de vídeo já era utilizado em outros esportes, como o futebol americano, o basquete, o vôlei e o tênis. No futebol, o VAR passou a ser testado em 2016, mas foi somente em 3 de março de 2018 que a International Football Association Board (IFAB) — órgão vinculado à Fifa responsável pelas regras do futebol — aprovou o uso do VAR.

Assim, a primeira grande competição em que o VAR foi utilizado como uma regra do futebol foi a Copa do Mundo de 2018. Desde então, as confederações nacionais passaram a incorporar o árbitro de vídeo gradualmente.

Quando o VAR começou a ser aplicado no futebol

O VAR passou a ser aplicado no futebol, oficialmente, a partir da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Sua primeira utilização na história das Copas foi na partida entre França e Austrália, em 16 de junho de 2018.

Naquela partida, o árbitro de vídeo auxiliou na correção de um pênalti para a Seleção Francesa. Inicialmente, o árbitro Andrés Cunha, do Uruguai, não havia assinalado a infração do australiano Ridson em Griezmann, da França. Mas, após rever o lance no monitor à beira do gramado, ele assinalou pênalti para a equipe francesa e deu cartão amarelo para o jogador da Austrália.

Primeiro VAR na Copa do Mundo
Primeira vez que o VAR foi usado de maneira oficial no futebol

No Brasil, o VAR começou a ser aplicado a partir das quartas de final da Copa do Brasil de 2018. A primeira vez que o árbitro de vídeo foi utilizado na história do futebol brasileiro foi na derrota do Santos para o Cruzeiro, em 1º de agosto de 2018.

Naquele jogo, o árbitro Wilton Pereira Sampaio contou com a ajuda do recurso eletrônico para saber que Gabriel Barbosa, o Gabigol, não havia sofrido pênalti do zagueiro cruzeirense Dedé.

A marcação de pênalti é uma das possibilidades de uso do VAR em um jogo de futebol. Confira, a seguir, quais são elas!

Como funciona o VAR no futebol

Com o auxílio de câmeras que transmitem o jogo, o VAR conta com um sistema eletrônico para que os árbitros de vídeo, que ficam posicionados em uma sala isolada, possam se comunicar com o árbitro em campo.

Sala do VAR
cabine do var

A discussão sobre um lance da partida pode ser motivada tanto por um pedido do árbitro principal quanto por indicação do árbitro de vídeo, ao perceber que houve alguma marcação incorreta.

O lance é revisto pelos árbitros de vídeo, que comunicam ao árbitro de campo se será necessário rever a marcação anterior ou se a partida deve ter sequência normalmente. Cabe ao juiz de campo a palavra final sobre qual será a decisão da arbitragem sobre o lance.

É importante destacar que são apenas 4 as circunstâncias de jogo em que o VAR pode ser acionado. Veja quais são!

Quando o VAR pode ser acionado no futebol

  • Gols
  • Pênaltis
  • Cartões vermelhos
  • Erro de identidade de jogadores

Essas são as 4 jogadas em que uma decisão de arbitragem no futebol pode contar com o auxílio do árbitro de vídeo. Abaixo mais detalhes sobre cada uma delas:

Gols

O VAR pode ser acionado em qualquer situação que possa ter influenciado em um gol, seja tanto para validar o gol quanto para anulá-lo. Assim, o árbitro assistente pode ser utilizado para verificar se houve algum impedimento na jogada em que saiu o gol ou, por exemplo, se o autor do gol tocou com a mão na bola para a finalização. Também é possível verificar se a bola realmente ultrapassou totalmente a linha.

Dessa forma, em partidas em que há o uso do VAR, o árbitro de campo somente deve reiniciar a partida após um gol se o assistente de vídeo confirmar que não houve nenhuma irregularidade no lance.

Pênaltis

O VAR pode ser utilizado para indicar que um pênalti deveria ser marcado e também para comunicar ao árbitro de campo que houve um erro de marcação e a infração não ocorreu, indicando que a marcação do pênalti deve ser anulada.

Cartões vermelhos

Conforme o protocolo do VAR, o árbitro de vídeo pode ser acionado ainda para indicar que um jogador deva receber cartão vermelho direto em caso de agressão ou infração grave.

Erro de identidade de jogadores

Outra situação em que o VAR pode ser acionado é para auxiliar o árbitro a identificar corretamente qual jogador cometeu uma falta ou qual atleta deve receber o cartão. Assim, há a segurança de que o árbitro não vai advertir ou expulsar o jogador errado.

É válido ressaltar que, de acordo com o protocolo do VAR, o árbitro de vídeo não deve ser usado para comunicar ao árbitro que um jogador deve ser advertido com cartão amarelo ou verificar de quem é a posse de bola quando a bola sai pela linha lateral ou pela linha de fundo.

Não há um limite de tempo para que o juiz possa rever o lance e definir qual a marcação correta. Porém, em alguns países, já há a demonstração de que os árbitros estão mais preparados para o auxílio de vídeo.

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Quais países e competições já usam o VAR no futebol

Atualmente todas as principais ligas da Europa e América Latina já utilizam o VAR. O árbitro de vídeo está presente no Campeonato Francês, Alemão, Espanhol, Inglês, Italiano, Português e muitos outros ao redor do mundo. Em competições oficiais de seleções como a Copa AméricaCopa do Mundo Feminina, Copa das Nações Africana e Eurocopa o VAR também está presente.

Em 2019, pela primeira vez na história do Campeonato Brasileiro, todos os jogos das 38 rodadas da Série A contarão com o auxílio do VAR. O Brasil seguirá a maioria das grandes ligas que já usam o recurso de vídeo desde o início da temporada 2018/2019.

Liga dos Campeões já utiliza o VAR em todos os seus jogos. Uma aplicação marcante na Champions League foi na vitória do Manchester City sobre o Tottenham, por 4 a 3, no jogo de volta do confronto das quartas de final da temporada 2018/2019.

Foi com o auxílio do vídeo que o gol de Sterling, que daria a classificação para o City, já nos acréscimos, foi anulado por conta de um impedimento de Kun Aguero.

Na Copa Libertadores de 2019, o uso do VAR é previsto pela Conmebol para os jogos a partir das oitavas de final.

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Como funciona o árbitro de vídeo em outros esportes

Você já pôde conferir tudo sobre VAR no futebol e como a regra determina que ele seja usado. Mas poderíamos nos inspirar no uso de outros esportes para aperfeiçoar o uso do recurso de vídeo.

Veja a seguir como funciona o VAR no futebol americano, no tênis, no rugby, no basquete e no vôlei!

Como funciona o VAR no Futebol Americano

No futebol americano, caso discorde da marcação da arbitragem, o técnico de uma equipe tem direito a solicitar a revisão por vídeo daquilo que foi assinalado.

Cada equipe tem direito a dois pedidos de desafio por jogo. Ao desafiar a marcação da arbitragem, o head coach arremessa um pano vermelho no gramado. Se ele errar o desafio, perde um pedido de tempo.

Challenge futebol americano

A decisão do árbitro é comunicada ao público do estádio com o uso de microfone.

Falta futebol americano

Como funciona o VAR no Tênis

Para diminuir os erros de arbitragem em um jogo de tênis, o uso de recursos eletrônicos é feito com a ajuda de quatro câmeras de alta velocidade, em um sistema chamado Hawk-Eye (olhos de falcão).

Os próprios jogadores têm a possibilidade de pedir o desafio eletrônico, usado especialmente para verificar se a bola tocou dentro ou fora da quadra.

Recurso eletrônico do desafio em jogo de tênis

Nos principais torneios, os tenistas têm direito a três desafios por set. Se o jogador estiver correto em sua solicitação, ele mantém o número de desafios restantes. Há ainda o direito a um novo desafio quando é disputado um tie-break.

O primeiro Grand Slam a utilizar o desafio eletrônico foi o US Open de 2006. Dois anos depois, as regras do Hawk-Eye foram formalizadas.

Como funciona o VAR no Rugby

O VAR do rugby é chamado de TMO, Television Match Official. O recurso de vídeo é usado no esporte desde 2001 e têm 4 circunstâncias de jogo em pode ser utilizado:

  • Se há dúvida sobre a marcação de um try — desde a origem da jogada até sua finalização;
  • Se há dúvida se um chute aos postes em H entrou ou não;
  • Se há dúvida sobre uma bola apoiada dentro do in-goal pela defesa;
  • Se um jogador deve ou não receber cartão amarelo ou vermelho.

Por primar pela transparência, toda a comunicação entre o árbitro de campo e o árbitro de vídeo no rugby é aberto para a transmissão e para o público no estádio ouvir.

Como funciona o VAR no Basquete

Na principal liga de basquete do mundo, a NBA, o recurso de vídeo é de total responsabilidade dos três árbitros. Não há direito de os treinadores desafiarem a marcação da arbitragem, como acontece no vôlei ou no futebol americano.

Na temporada 2014/15, a NBA inaugurou a Central de Replays, que fica em Nova Jersey. Com auxílio dessa central, podem ser analisadas até 18 situações de jogo, como se o arremesso foi feito antes de expirar o tempo de 24 segundos de posse de bola ou o fim de jogo, ou se foi uma cesta de 2 ou de 3 pontos.

Já nas competições organizadas pela Fiba, são 9 situações que podem ser analisadas por um árbitro.

Como funciona o VAR no Vôlei

No vôlei, cada equipe tem direito a pelo menos dois desafios por set, solicitando que a marcação da arbitragem seja analisada em vídeo. Caso o vídeo comprove que não houve erro dos juízes, o time perderá um desafio. Já se a imagem mostrar que houve equívoco na decisão do árbitro, o número de desafios será mantido.

São 6 as situações passíveis de desafio no voleibol:

  • bola dentro/fora;
  • toque na rede;
  • invasão por baixo da rede;
  • toque no bloqueio;
  • toque na antena;
  • se a bola tocou no chão quando antes de alguém tentar defender com a mão espalmada.

Cada vez mais esportes utilizam os recursos eletrônicos para tornar as decisões da arbitragem mais justas e evitar que jogos ou campeonatos sejam definidos por erros de juízes. No futebol, ainda estamos tentando nos acostumar com o uso do VAR, não é mesmo?

Ainda tem alguma dúvida sobre o uso do VAR no futebol? Deixe seu comentário. E aproveite também para conhecer mais sobre as regras de outros esportes: