Polícia investiga morte de sucuri de 6,5 metros em Bonito (MS)

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Polícia Militar Ambiental do Mato Grosso do Sul investiga a morte de uma cobra sucuri de 6,5 metros de comprimento em Bonito. O corpo do animal foi encontrado no domingo (24) às margens do Rio Formoso. De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, os policiais não encontraram sinais de tiros na sucuri, mas a cobra passará por uma perícia nesta terça-feira (26). Há suspeita de maus-tratos.

O réptil era acompanhado por pesquisadores e tinha sido batizado de Anajulia. A cobra teve sua identificação confirmada pelo cinegrafista e fotógrafo Cristian Dimitris. A descoberta da morte do animal foi compartilhada por Dimitris nas redes sociais.

A Polícia Ambiental do Mato Grosso do Sul deslocou uma equipe para o local. Durante levantamentos iniciais, os agentes não localizaram perfurações ou indícios de que a cobra tenha sido morta a tiros.

O delegado titular da Polícia Civil de Bonito, Pedro Ramalho, afirmou: “Se for comprovado que a morte foi provocada pelo ser humano, essa pessoa irá responder por crime contra a fauna.” O crime ambiental tem pena de detenção de 6 meses a 1 ano mais multa que pode chegar R$ 500 mil.

Pesquisadores lamentam a morte

Cristian Dimitris, que já havia fotografado a sucuri durante expedições pela região, expressou indignação e tristeza pela perda do animal. Em uma nota, ele declarou: “Sinto que perdi uma amiga, um membro da família, um ser especial com quem passei muitos momentos especiais juntos. Só digo que isso não vai ficar assim, vamos investigar e ir atrás dessa pessoa. Ela terá que prestar contas à justiça

A sucuri ganhou destaque em fevereiro deste ano ao ser filmada ao lado do biólogo holandês Frenk Vonk. Em nota, Vonk também expressou seu choque e tristeza com a morte da sucuri, destacando a importância do animal para a ecologia local.

“Um animal forte, uma sobrevivente que nadou nas águas de Bonito por décadas. Pelo que sabemos, ela estava saudável e no auge da sua vida. Nos próximos anos ela poderia ter cuidado de muitos descendentes. Uma vez que não há tantas destas espécies de cobras gigantes colossais nadando por aí, a perda para a biodiversidade (e esta espécie em particular) também é enorme”, lamentou o biólogo.