Polícia Militar do Estado de São Paulo expulsou nesta quinta-feira (15) o soldado Fernando Cardoso Prado de Oliveira, indiciado por uma série de assassinatos em Mogi das Cruzes entre novembro de 2013 e abril de 2015. Para a polícia, o ex-policial participou de ataques a tiros que deixaram pelo menos 26 mortos em diferentes bairros da cidade.
O G1 tenta contato com a defesa do ex-policial.
Na exoneração, o Comando Geral da PM afirma que de acordo com a apuração de um procedimento administrativo, fica comprovado que o soldado cometeu “atos atentatórios à instituição, ao Estado, aos direitos humanos fundamentais e desonrosos, consubstanciando transgressão disciplinar de natureza grave”.
O policial militar Fernando Cardoso Prado de Oliveira, foi indiciado por mortes em pelo menos quatro ataques, entre novembro de 2013 e julho de 2015. Ele foi levado para o Presídio Romão Gomes em setembro de 2015. Além dos ataques de 8 de julho de 2015, quando três pessoas morreram e de janeiro de 2015, Fernando Cardosotambém responde por duas chacinas e um homicídio ocorridos em novembro de 2013 e abril de 2014. Os crimes resultaram na morte de cinco pessoas, segundo a Polícia Civil.
Além dele, outro policial também foi indiciado por alguns ataques e cumpre pena no presídio: Vanderlei Messias Barros foi indiciado pelos crimes de 24 de setembro de 2014 e também da chacina do dia 8 de julho de 2015, no Jardim Universo.
Em novembro de 2017, a Justiça determinou que o acusado vai à juri popular, ainda sem data definida.
Casos
De 2013 até 2015 foram 41 baleados nos ataques a tiros. Destes, 26 morreram. Ao todo, são 10 ataques ocorridos entre novembro de 2013 e julho de 2015.
O delegado Seccional de Mogi das Cruzes, Marcos Batalha, admitiu pela primeira vez relação entre os crimes apenas em 15 de julho de 2015. Na época, o delegado disse ao G1 que, as munições usadas pelos atiradores, além dos veículos e o modo de execução, foram os mesmos. A declaração aconteceu após manifestação das mães que perderam seus filhos durante os ataques.
Em maio do mesmo ano, quando duas pessoas morreram em outros dois ataques em Jundiapeba e Brás Cubas, o então delegado de Homicídios de Mogi, Luiz Roberto Biló, também havia negado a ligação entre os assassinatos.