Desrespeito aos mortos: fiscalização encontra cachorro “almoçando” o osso de uma perna em cemitério

Uma fiscalização do Ministério Público Estadual de Alagoas deixou o promotor de justiça Flávio Gomes estarrecido e indignado com as condições precárias do Cemitério São José, localizado no bairro do Trapiche, em Maceió.

Durante uma vistoria realizada naquele cemitério, a equipe do Ministério Público se deparou com ossos humanos expostos, lixo, cisterna aberta, sacos com restos mortais e, acreditem, até um cachorro mordendo um osso que aparentava ser um fêmur de alguém que foi sepultado naquele lugar.

Enquanto a fiscalização era feita, o cão vira-lata roía tranquilamente o resto mortal, sem ninguém a perturbar seu “almoço”. O coveiro que estava presente no cemitério, na hora da vistoria, disse que aquela cena era “normal”, que o cão costuma roer os ossos de defuntos que encontrava entre as sepultura

Segundo o promotor, que classificou o cemitério como “caótico”, pontapé da vistoria foi uma denúncia de familiares que, após enterrar o parente, não mais o encontraram por falta de um sistema eficiente de localização no cemitério, que o único controle que possui é a memória do próprio coveiro.

“Viemos até aqui para averiguar a irregularidade e também verificar a situação do local. Já solicitei que fosse aberto um inquérito policial para localizar os restos mortais dessa pessoa e, a partir dessa vistoria, devo receber um relatório da Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) para decidir se abro um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para tomar medidas de melhorias do cemitério, que são urgentes”, disse o promotor à imprensa local.

Durante a vistoria, o coveiro, identificado como José Cícero, que trabalha há anos no local, contou que se os parentes não levarem algum tipo de identificação para colocar ao lado dos túmulos, como uma cruz com nome e datas de nascimento e falecimento, fica muito difícil que o corpo do falecido seja encontrado.

“A cada dois passos meus tem quatro corpos enterrados e lembro de alguns. Mas se a família não colocar a identificação com o nome aí não acha mais. A não ser que lembre de cabeça”, relatou o coveiro.

A comitiva foi embora e o cão vira-lata continuou roendo tranquilamente o osso da perna de alguém que ali foi enterrado.

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