Glitter: tudo o que você precisa saber sobre a maior moda do Carnaval

Ele está no rosto, nos cabelos, nas pernas e tem quem use até no corpo todo, como uma segunda pele. Neste Carnaval, não importa se você não colocou antes de sair de casa ou não quer a presença dele. O livre-arbítrio é inexistente e o glitter não pede permissão: se você caiu na folia, ele vai cair em você.

Em 2016, ele começou a deixar seus rastros luminosos, mas foi no ano passado que a febre atingiu o ápice. Ayana Amorim, 20 anos, por exemplo, se iniciou no ritual nesse período. “Não saio sem glitter, uso em todas as festas. Aniversário, São João, Iemanjá, Carnaval. Adoro!”, comenta a modelo, que empurrou até a mãe, Rita Amorim, para participar da resplandecência. “Ela ama, fomos para o 2 de fevereiro assim, bem brilhosas”, relata.

Se Ayana aderiu ao glitter só em 2017, Matheus de Morais, 22, como ele mesmo diz, já nasceu brilhando. “Uso glitter desde sempre e pra tudo. Se eu pudesse ia de glitter pro trabalho, pra faculdade, pra vida, todos os dias. Gosto de me entupir. Eu pre-ci-so brilhar”, confessa o bailarino e estudante de Artes.

Espalhafatoso assumido, Matheus deixa claro que passa bem longe da discrição. Glitter discreto? Ele garante que existe. Nem adianta chegar com rosinha claro ou lilás que com ele essa cartela de cores não tem vez. “Gosto de coisa colorida, viva! Quanto mais aceso, melhor”, destaca. Porém, o estudante garante que tudo isso é só um complemento. “Eu já sou uma pessoa iluminada, né, meu amor? Já tenho meu brilho próprio. Mas quando uso glitter sou o destaque de qualquer evento”, garante. Olhando o bailarino assim, dourado da cabeça aos pés, não dá para duvidar.

Especialista no assunto, Ayana já testou diversos tipos do produto. Dentre todos, o Pó de Estrela, produzido pela marca baiana Zim Color, é o favorito dela. “Espalha muito mais fácil no corpo e o resultado é mais bonito, fixa melhor”, observa.

Feito à base de mica, um mineral biodegradável e de consistência fininha, o Pó de Estrela, diferente dos outros tipos de glitter, não agride a natureza. Pode, além de aplicado na pele, ser jogado no ar. “Por isso o nome. Quando você joga pra cima parece que estão caindo estrelas”, explica o idealizador e fundador da Zim Color, Pablo Arruti.

Cuidados
Apesar de usar glitter há bastante tempo, Ayana admite que já teve problemas. “Caiu nas minhas lentes de contato e ficou vermelho. Coçou e incomodou bastante”, relembra. Para a dermatologista Lidia Salles, da clínica Sanlazzaro, o uso do material na pele pode ser perigoso. “Os produtos que são usados na pele devem ser específicos para a pele. O glitter é feito de plástico e pode causar alergias, principalmente em crianças e pessoas com peles sensíveis. Além disso, pode arranhar. Nessas condições de suor e calor, as lesões acontecem muito mais facilmente”, explica a médica.

De acordo com a profissional, não existe forma de conter a alergia, já que é uma reação imunológica. O melhor é prevenir. “Muitas marcas nacionais de maquiagem fabricam produtos que dão efeitos semelhantes. O melhor é apostar neles”, sugere a dermatologista.

Porém, sabendo que o glitter de armarinho é muito utilizado no Carnaval, ela dá dicas para minimizar os possíveis problemas. Uma das sugestões da profissional é aplicar com hidratante. “É uma excelente opção para reduzir os danos, já que o creme foi pensado especificamente para a pele”, completa.

Deu vontade de brilhar na folia? O CORREIO montou um guia de dicas e curiosidades sobre o produto do momento. Confira:

Nem tudo que reluz é glitter
As formas de brilhar são muitas, mas existem materiais diferentes para chegar a um look reluzente neste Carnaval. Saiba mais.

Purpurina em consistência fininha, ela é feita de pó metálico. Ideal para produções no rosto, pois espalha com muita facilidade e as partículas são macias.

Glitter  normalmente é feito com microplásticos, mas alumínio e vidro também podem aparecer na composição. É mais grosso que a purpurina e se colocado em excesso na pele pode arranhar, pois é um pouco abrasivo.

Pó de Estrela  é biodegradável e tem origem mineral. Feito de mica sintetizada, é bem mais fino que a purpurina. Fixa na pele sem necessidade de algo para ‘colar’. Por essa composição especial, é um pouco mais caro que os outros.

Brocal  feito de PVC, é bem mais grosso que os outros materiais e parece uma areia brilhosa. Evite aplicar no rosto, pois as partículas são muito abrasivas e podem machucar. Não fixa bem na pele.

Conheça o lado sombrio do glitter
Usar glitter pode parecer algo inofensivo, mas não é bem assim. O uso do material pode prejudicar, e muito, a natureza. Segundo o biólogo e professor da Unifacs Ícaro Moreira, o glitter é feito de microplásticos que, quando entram no mar, são confundidos com alimento pelos peixes. “Ele se dispersa muito fácil nos ambientes onde é lançado. A consequência disso é que animais acabam ingerindo esse material. Plásticos não são biodegradáveis e o organismo não metaboliza. Afeta a respiração e o funcionamento do corpo deles”, explica o especialista.

Vai ter purpurina de graça no circuito
Glitter de graça no Carnaval? Eu ouvi um amém? Pois é isso que promete a Casa Skol, primeiro camarote aberto ao público do Carnaval de Salvador. Durante os seis dias de programação do espaço, que vai ter show de Margareth Menezes, Pitty e Àttøøxxá, vai ter distribuição de glitter. Glitter não, pó de estrela! A Skol firmou parceria com a Zim Color e vai levar para a avenida o brilho biodegradável, que não prejudica a natureza. Para ter acesso ao local, existem duas formas: chegue cedo e entre na fila ou se inscreva gratuitamente pelo site sympla.com.br/casaskol.

Uber pode cobrar pelo rastro de brilho
O Carnaval é a maior festa do planeta. E, como em toda festa que se preze, não faltam bebidas. Para não misturar bebida e direção na volta pra casa, uma das opções é a contratação dos serviços de transporte, como o Uber. Porém, se você abusou do glitter na hora da produção, fica o alerta: a sujeira causada pelo brilho pode gerar cobranças extras. Isso porque o motorista pode adicionar uma taxa destinada a limpeza do veículo. A informação é do próprio Uber.

Dicas e truques

Como aplicar
Um dos melhores truques para o glitter fixar na pele é usar hidratante corporal. Quanto mais grossa a consistência do creme, melhor.  Na ausência dele, fixadores de maquiagem (primers) são uma boa opção. Gloss labial transparente também serve. “Tanto o hidratatante como o gloss são feitos para a pele, são pensados para não agredir. É uma excelente dica”, afirma a dermatologista Lidia Salles.

Como tirar
O clássico combo água e sabão pode não ser o suficiente na hora de remover o glitter da pele. Se a dupla falhar, vale apelar para os demaquilantes usados em maquiagens comuns. Água micelar e água termal são boas opções. Aplique com discos de algodão e faça movimentos suaves. Para os corajosos, o durex pode resolver. Corte fitas de tamanho médio, cole em cima do glitter e vá puxando. Sai tudinho.

Onde encontrar
Purpurina, glitter e brocal: armarinhos e casas de artesanato. Os preços variam entre R$ 1  e R$ 5.

Pó de estrela: custa entre R$ 16 e R$ 30 e pode ser encontrado na Jasmine Festas (Rua do Paraíso, 131/ 71 3266-3026); no Palácio das Artes e Essências
(R. Carlos Gomes, 802 – Campo Grande/ 71 3329-5423); na Coreto Store (Shopping Bela Vista, Piso L2 – Asa Sul/ 71 3450-5374); no Palácio das Artes e Essências (Shopping da Bahia, 1° piso/ 71 3450-2995); na The Finds (Rua Itabuna, 160, Rio Vermelho/ 71 99733-8880); ou na Top Festa (Estrada de Campinas, 381, São Caetano/ 71 98862-4365).

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