Brasil retoma exportação de carne bovina à China

Nesta quinta-feira, 23, a China anunciou que retomará as importações de carne bovina brasileira. O comunicado foi publicado no site em chinês da Administração-Geral de Aduanas da China (GACC, na sigla em inglês), após reunião com o ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro.

A exportação de carne bovina brasileira para o país asiático está suspensa desde o dia 22 de fevereiro. O governo Lula tomou a decisão depois da confirmação de um caso do “mal da vaca louca”, no Pará.

“Com base na ciência, regras e avaliação sistemática, a China concorda em retomar a exportação de carne bovina brasileira desossada com menos de 30 meses. Solicita-se ao Brasil que cumpra com seriedade as responsabilidades da supervisão governamental e das entidades empresariais para garantir o desenvolvimento seguro e sustentável”, diz trecho do anúncio.

De acordo com o Poder 360, Fávaro se pronunciou através de um comunicado divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. “Tenho certeza que isso é um passo para que o Brasil avance cada vez mais com o credenciamento de plantas e oportunidades para a pecuária brasileira”, afirmou.

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará  (Adepará) comunicou a contaminação pelo “mal da vaca louca” no último dia 22. Ainda de acordo com o portal, a agência informou que a infecção foi identificada em um boi de nove anos, de uma pequena propriedade no sudoeste de Marabá (PA), com 160 cabeças de gado. A fazenda foi inspecionada e isolada. O animal contaminado foi enviado para análise em um laboratório em Alberta, no Canadá.

Suspensão de exportações

O Ministério da Agricultura e Pecuária, em 23 de fevereiro, suspendeu voluntariamente as exportações para a China. Isso aconteceu pouco tempo depois da Adepará confirmar um caso positivo da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), doença popularmente conhecida como “mal da vaca louca”.

Segundo o Portal Poder 360, uma nota divulgada pelo ministério na noite de segunda-feira, 2 de março, a Organização Mundial de Saúde Animal confirmou que o caso no Pará é atípico. Ou seja, a doença surgiu espontaneamente na natureza e não tem risco de disseminação nos rebanhos e em humanos.

Além disso, no comunicado o governo também afirmou que marcará uma reunião virtual com a China para tratar da retirada do embargo sobre a exportação da carne bovina ao país.

Mal da vaca louca

A Encefalopatia Espongiforme Bovina afeta o sistema nervoso dos bovinos, o que causa uma alteração no comportamento do gado, razão do nome “vaca louca”. 

A Encefalopatia Espongiforme Bovina, popularmente conhecida como “mal da vaca louca”, afeta o sistema nervoso dos bovinos. Existem duas formas da enfermidade: a típica ou clássica e a atípica.

Na forma clássica, a doença é transmitida pelo alimento, o que pode causar a contaminação de mais animais do rebanho.

No caso típico, a transmissão entre animais acontece pela ingestão de farinhas de carne e ossos, tecidos nervosos, dejetos de suínos ou qualquer outro tipo de alimento que contenha proteínas de origem animal em sua composição.

Já no homem, a transmissão acontece pela ingestão de carne contaminada ou por transfusão de sangue contaminado. A doença pode ocasionar morte dos animais, risco de transmissão ao homem e uma possível suspensão das exportações de carne do Brasil.

A Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (IDARON) afirma que é crime federal alimentar ruminantes (bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos) com cama-de-aviário, também conhecida como cama-de-frango, ou com resíduos da exploração de outros animais. Estes itens podem conter restos de ração, que podem contaminar o rebanho

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